terça-feira, 9 de setembro de 2008

Ego, superego

Quando uma criança de mais ou menos dois anos começa a se entender enquanto individualidade, é o príncípio da formação daquilo que se deu o nome em psicologia de ego. Ego seria segundo o entendimento de alguns uma identificação do eu. Você se olha no espelho e sabe que aquele é eu (sou eu), você pensa que aquilo é você e realmente o ego acredita estar certo, sim eu sou desse jeito. A partir do momento em que o indivíduo passa a fazer um autoquestionamento de quem ele é na verdade, aparece um vazio, uma lacuna, um abismo insondável e o primeiro a ficar com medo é o ego, na verdade ele se dá conta que seus dias estão contados nesse momento e começa a querer ir embora. É, esse cara não gosta de ser observado quando você dá uma boa olhada pra ele e reconhece que ele não é o seu Eu verdadeiro ele dá uma sumidinha, mas sutilmente volta mais tarde pra ocupar o seu lugar na mente.

Ocorre que você perceber seu ego é até um processo fácil. Até que chega um momento do autoquestionamento onde um outro carinha é revelado, se você ainda não conhecia, te apresento o superego. Esse sempre ganha do ego, diz a ele que ele está errado e quem tem a razão é o super, afinal ele é quem está do lado de Deus. O superego foi designado para ter mais razão que o ego e sempre vai ganhar, é pra isso que ele existe. Mas espere um momento... Eu também não sou esse que está pensa que tem mais razão que o ego. Simplesmente porque ele também aparece em alguns momentos e em outros não. Sendo asssim não é verdadeiro.

Não há nenhum problema em ter ego ou mesmo superego. O problema é quando você confunde essa criação mental com realidade. Ambos têm um enorme propósito na história da humanidade, mas é preciso, não que eles sejam eliminados mas percebidos. É importante não se identificar com esses personagens porque se você achar que eles são você, é um caminho muito direto para o sofrimento.

A graça divina chega até você sem que você tenha feito coisas para merecer, por isso chama graça. Um indivíduo que é tocado por essa graça se sente como se tivesse recebido um beijo do criador, não sabe o que fazer para responder a isso. Então ele resolve seguir o caminho do "bem". As vezes sem que se perceba toma algumas verdades para sí, algumas liberdades para sí. Então chega o momento de tomar uma bofetada do divino. O Superego é revelado e começa a desmoronar. Recebe um tapão por ter tentado aprisionar, e tomar pra sí aquilo que é Liberdade. Acorda palhaço, a Liberdade não é sua. Ela é livre não vai se submeter àquilo que queremos. Você na verdade não é só livre, sua essência é Liberdade. Ao receber essa bofetada a pessoa que tem o intento verdadeiro em que a Verdade seja vivida cai de joelhos no chão e chora... chora e agradece por ter recebido a bofetada que te leva a um lugar tão profundo quanto o beijo carinhoso da graça divina.

Eu gosto muito de ir ao teatro, mas quando eu estiver no teatro prefiro estar consciente de que estou assistindo a uma dramatização e não confundindo que aquilo é a realidade da minha existência com o que está sendo visto.

A ferramenta básica da autoinvestigação é a pergunta. Quem sou Eu ?
Essa resposta permanecerá intocada em um lugar bem protegido das intenções egóicas da mente e seus artifícios, seus intentos de agingir a iluminação, o despertar. Dentro dessa pergunta que é ferramenta poderosa, outra pergunta. Porque eu quero ser uma pessoa iluminada ? Por que estou buscando a verdade ?

Fora da compreensão da mente. Vamos visitar outras salas porque a sala da mente, nossa preferida chega a um esgotamento e a um limite.

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